top of page

Dia dos Namorados 2025: o que os brasileiros querem (e esperam) na data [Pesquisa 2025]

  • Foto do escritor: Freitas Netto
    Freitas Netto
  • 9 de jun.
  • 6 min de leitura

O Dia dos Namorados, uma das datas mais aguardadas pelo comércio e pelos apaixonados, está se reconfigurando.


Uma pesquisa realizada pela Globo em parceria com a Pinion, com uma amostra de mil respondentes, revela insights muito legais sobre o comportamento do consumidor, as tendências de relacionamento e as oportunidades comerciais para as marcas em 2025.


O Dia dos Namorados mantém sua posição como a quarta data comemorativa mais importante do ano, atrás apenas do Dia das Mães, Natal e Dia dos Pais.

Impressionantemente, 60% dos respondentes consideram a data tão significativa quanto o aniversário de namoro ou casamento, sublinhando seu profundo valor sentimental e seu potencial comercial.


A longevidade dos relacionamentos e a intenção de comemoração


Para 2025, a intenção de comemoração do Dia dos Namorados mostra um otimismo: 68% pretendem celebrar a data, um crescimento de 12 pontos percentuais em relação aos 56% que comemoraram em 2024. essa recuperação é um sinal positivo para o comércio.

Mesmo assim, 77% acreditam que presentear é uma forma de demonstrar carinho. O afeto segue como motor da intenção de compram mas agora exige mais propósito, mais personalização e menos automatismo.


A pesquisa revela que 65% dos respondentes estão em algum tipo de relacionamento, com 69% em relações heteroafetivas (65% monogâmicas, 4% não monogâmicas) e 8% em relações homoafetivas (7% monogâmicas, 1% não monogâmicas).


Um dado notável é que 38% dos respondentes estão em relacionamentos com mais de 10 anos de duração, indicando uma parcela significativa de casais com laços duradouros.


Intenção de compra e preferências de presentes


Perfumes e cosméticos (25%) continuam sendo a principal categoria de presentes, seguidos por roupas (22%) e chocolates/doces (22%). 


No entanto, algumas categorias se destacam pelo crescimento na intenção de compra:


  • Cestas de Cafés da Manhã: crescimento de 4 p.p. (de 9% para 13%), indicando valorização de experiências.


  • Viagens: crescimento de 2 p.p. (de 6% para 8%), alinhado à busca por experiências e momentos especiais.


  • Algo simbólico e/ou feito por mim: crescimento de 3 p.p. (de 6% para 9%), reforçando a personalização e o significado emocional.


No vestuário, blusas, camisetas e camisas (56%) são os itens mais procurados.

Em eletrônicos, computador/notebook (49%), smartwatch (41%) e fone de ouvido (39%) lideram a intenção de compra.


A lacuna entre desejo e intenção de compra


Mas um dos achados interessantes da pesquisa é o desalinhamento entre o que os consumidores pretendem comprar e aquilo que os presenteados realmente gostariam de ganhar.


Essa lacuna revela uma oportunidade para marcas que desejam criar campanhas mais assertivas e emocionalmente eficazes.


  • Viagens são desejadas por 15% dos entrevistados, mas apenas 8% afirmam que irão presentear com esse tipo de experiência.


  • Celulares e smartphones aparecem no topo da lista de desejo para 12% dos entrevistados, mas só 7% pretendem presentear com esse item.


  • Refeições especiais fora de casa são esperadas por 13%, mas só 10% afirmam que vão oferecer esse tipo de presente.


Esses gaps, de até 7 pontos percentuais, não são apenas números. Eles indicam um descompasso entre intenção e expectativa, muitas vezes causado por fatores como preço, praticidade ou desconhecimento dos reais desejos dos parceiros.


A experiência como novo presente


As refeições em restaurantes e passeios fora de casa (29% cada) continuam sendo as formas mais populares de comemoração.


  • 81% pretendem ir a um restaurante no próprio dia da comemoração;

  • 80% comprarão itens para preparar uma refeição especial em casa;

  • Supermercados físicos lideram essa compra com 53% da preferência.


No entanto, a viagem romântica a dois se destaca com um notável crescimento de 8 p.p. na intenção de comemoração (de 4% em 2024 para 12% em 2025).

30% pretendem fazer uma viagem nacional com carro próprio, 28% vão optar por viagens internacionais e 25% por passagens nacionais aéreas.


Os destinos mais procurados em 2024 incluíram Paris, Veneza, Mendoza, Fernando de Noronha e Maceió.


Gastos, canais de compra e métodos de pagamento


Para 2025, 32% pretendem aumentar o gasto com o Dia dos Namorados, indicando uma margem para crescimento no faturamento. Em média, 68% dos respondentes pretendem gastar até R$ 300 com o presente. A média de gasto em 2024 ficou entre 150 e R$ 200.


Entre os grupos com maior intenção de dar presentes caros estão mulheres, classe C e pessoas de 18 a 25 anos, o que reforça que valor percebido importa tanto quanto preço. Inclusive, 46% acreditam que presentear com itens caros simboliza a importância daquela pessoa na sua vida.


As lojas físicas ainda são relevantes (88% pretendem comprar em 2025), mas o e-commerce mostra um crescimento mais expressivo (de 43% em 2024 para 68% em 2025).

Marketplaces online (+10 p.p.) e lojas online especializadas em roupas/calçados (+7 p.p.) são os canais que mais crescem.


A facilidade de troca (62%) é um fator importante para a preferência por lojas físicas, enquanto a dificuldade de troca (61%) é um entrave para compras em sites estrangeiros.

O Pix avança como o método de pagamento preferido, com 47% dos consumidores utilizando-o em 2024, superando o cartão de débito (22%).


Como as pessoas escolhem o que vão dar de presente?


No momento da decisão de compra, o consumidor não age sozinho, ele é guiado por pistas, sinais e sugestões vindas de diferentes fontes.


O fator mais determinante é claro: 35% afirmam que levam em conta as dicas diretas da própria pessoa que será presenteada. Ou seja, o presente ideal, na maioria das vezes, é aquele que a outra pessoa já verbalizou, o que transforma o ato de ouvir (e lembrar) em uma habilidade de consumo.


Logo depois, 26% dizem que “descobrem” o presente ao passear em shoppings ou vitrines físicas, o que reforça o papel da jornada sensorial e da curadoria no ponto de venda. 


A publicidade em redes sociais e sites aparece com 19%, mostrando que o conteúdo de marca ainda tem papel relevante, mas precisa disputar atenção com recomendações de amigos (17%), kits personalizados de lojas (18%) e cupons de influenciadores (12%).


Geração Z e os aplicativos de namoro


Um dos achados mais impactantes da pesquisa é a mudança no panorama dos relacionamentos, especialmente entre a Geração Z. Apenas 20% dos jovens de 18 a 25 anos estão em algum tipo de relacionamento. Esse fenômeno é multifacetado:


  • Analfabetismo emocional digital: o uso excessivo de smartphones e redes sociais tem gerado dificuldades para os jovens estabelecerem relações concretas e presenciais, resultando em um "analfabetismo emocional".

  • Prioridade pessoal: em um mundo de incertezas (crise climática, economia instável, convulsão política), a Geração Z prioriza sua estabilidade pessoal, profissional e financeira, muitas vezes adiando ou despriorizando relacionamentos românticos.

  • Impacto social e comercial: essa tendência leva a menos casamentos e natalidade, reconfigurando a estrutura familiar e impactando diretamente o mercado de datas comemorativas.


Os aplicativos de namoro, embora ofereçam mais opções para conhecer pessoas e sejam importantes para grupos historicamente discriminados (como a comunidade LGBTQIA+), também contribuem para a superficialidade das conexões.


O "paradoxo da escolha" (excesso de opções leva à insatisfação), o foco em conexões casuais e a maior liberdade com menor compromisso são desafios que as marcas precisam considerar ao se comunicar com esse público.


Oportunidades para marcas


O Dia dos Namorados de 2025 exige que as marcas compreendam e se adaptem a um cenário de consumo e relacionamento em constante evolução. As principais oportunidades incluem:


  1. Comunicação inclusiva e representativa: celebrar a diversidade de relacionamentos e evitar estereótipos.

  2. Mensagens que valorizem a profundidade e a autenticidade: em contraste com a superficialidade digital, focar em conexões genuínas.

  3. Experiências e autocuidado: oferecer produtos e serviços que promovam experiências ou que estejam relacionados ao bem-estar pessoal, especialmente para a Geração Z.

  4. Estratégias multicanal com foco no digital: investir em plataformas online robustas e estratégias de marketing digital, sem negligenciar a experiência em lojas físicas.

  5. Segmentação inteligente: utilizar dados de duração de relacionamento e preferências para personalizar ofertas e mensagens.

  6. Narrativas abrangentes: reconhecer que o amor se manifesta de diversas formas, incluindo amor-próprio, amizade e laços familiares.


Ao alinhar suas estratégias com essas tendências, as marcas podem não apenas impulsionar suas vendas no Dia dos Namorados de 2025, mas também construir um relacionamento mais significativo e duradouro com seus consumidores.

Antônio Netto

Head de Planejamento Estratégico

Especialista em Branding e Comportamento do Consumidor.

Vencedor do Prêmio Amigos do Mercado 2024 – Planejamento Publicitário

Host do podcast Papo Bizz 🎙️

Comments


bottom of page