A Black Friday é, sem dúvida, um dos eventos mais aguardados do ano no varejo brasileiro. Em 2023, vimos algumas tendências importantes, e para 2024, há expectativas ainda mais promissoras.
Para você que quer se preparar para essa data, entendendo como os consumidores realizaram suas compras na Black e o que esperar para este ano, preparei esse artigo com base em duas pesquisas super relevantes:
“Comportamento de compra e tendências para a Black Friday 2024”, realizada pela Dito e Opinion Box; e “Pesquisa de intenção de compra Black Friday 2024”, da Wake, também com a Opinion Box.
Então vamos aos principais hilights das pesquisas!
Compras distribuídas ao longo do mês
Em 2023, a Black Friday se consolidou como um evento que vai muito além de um único dia. Segundo a pesquisa, 68% dos consumidores fizeram compras durante o período, mas 54% preferiram aproveitar ofertas ao longo da semana ou durante todo o mês de novembro. Isso mostra que as promoções estendidas são vistas como uma vantagem pelos consumidores, que podem planejar melhor suas compras.
Categorias e gastos
As categorias mais buscadas em 2023 foram eletrônicos, eletrodomésticos e moda. Esses setores continuam dominando a lista de desejos dos consumidores, especialmente devido aos descontos atrativos que podem ser encontrados em produtos de maior valor, como smartphones e laptops.
Eletrônicos e informática (26%), eletrodomésticos (23%) e moda e acessórios (20%) lideram a lista. No entanto, produtos de beleza e cosméticos (18%) e itens para supermercados (16%) também continuam sendo opções populares durante o evento.
No quesito gastos, mais da metade dos consumidores investiu entre R$ 101 e R$ 500. Embora a faixa de preço seja significativa, o impacto econômico foi sentido, com 28% dos entrevistados afirmando que gastaram menos do que em anos anteriores.
Experiência que vai além do preço
Em 2023, 72% dos consumidores relataram ter tido uma experiência positiva durante a Black Friday. Além dos descontos, aspectos como atendimento ao cliente (39,1%), navegação fácil nos sites (37,8%), cashback (32,5%) e frete grátis (38,2%) contribuíram para a satisfação.
No entanto, 31% dos consumidores apontaram que as ofertas de preço não estavam tão atraentes quanto esperavam, indicando que as expectativas em torno dos descontos ainda precisam ser melhor alinhadas à realidade.
Pesquisar antes de comprar
A confiança do consumidor continua sendo um fator crítico. Cerca de 19,8% dos entrevistados indicaram desconfiança em relação à Black Friday no Brasil, citando práticas como o aumento dos preços próximo à data e promoções que não diferem de outras épocas do ano.
37,8% dos consumidores começam a pesquisar os preços com pelo menos um mês de antecedência, enquanto 32,5% já estão atentos às promoções desde agora, em setembro. Essa tendência mostra que os consumidores estão cada vez mais preparados e atentos às flutuações de preços, utilizando o tempo prévio à Black Friday para comparar valores e definir suas escolhas de compra.
Para se ter uma ideia, em 2023, 68% dos consumidores da Black buscaram avaliar a reputação da marca antes de efetuar a compra, e 59% verificaram avaliações no Google.
Além disso, as redes sociais desempenharam um papel fundamental na decisão de compra, com 49% utilizando plataformas como o Instagram para buscar recomendações.
E você sabe quais os canais de comunicação os consumidores mais gostam na hora de receber as ofertas da Black Friday?
O e-mail, com 40,4%, segue vivíssimo e continua sendo o principal canal de interação, seguido de perto por anúncios em redes sociais (39,7%) e notificações de aplicativos de lojas (30,3%), os famosos push.
Esse comportamento mostra que as marcas precisam monitorar suas avaliações online e manter uma presença sólida nas plataformas digitais. Campanhas de CRM, como e-mail marketing, SMS e WhatsApp, têm grande potencial de engajamento, já que muitos consumidores se inscrevem voluntariamente para receber ofertas antes da Black Friday
Expectativas para a Black Friday 2024
Se 2023 foi marcado por uma mistura de sucesso e cautela, 2024 promete ser mais robusto. De acordo com a pesquisa de intenção de compra, 66% dos consumidores já planejam fazer compras na próxima Black Friday.
Outros 35% ainda estão indecisos, e essa virada na intenção de compra pode acontecer conforme a data se aproxima. Vale destacar que 45% dos consumidores decidem suas compras entre três meses e algumas semanas antes da Black Friday.
E, surpreendentemente, muitos consumidores começam a economizar meses antes, demonstrando que o evento é esperado com grande antecipação.
Para 2024, eletrônicos e informática continuam no topo da lista de desejos dos consumidores, com 26% dos entrevistados expressando interesse nesses itens. Produtos como eletrodomésticos e eletroportáteis, com 23%, também estão entre os mais procurados, evidenciando a preferência por produtos de alto valor durante a Black Friday.
Para 2024, os consumidores estão preparados para gastar. A maioria dos entrevistados pretende investir acima de R$ 1.000 durante a Black Friday, especialmente nas categorias de maior valor, como eletrônicos.
O cartão de crédito parcelado é a forma de pagamento mais citada, com 38,3% dos consumidores planejando utilizá-lo. Em seguida, o Pix continua a ganhar popularidade, sendo escolhido por 22,6% dos entrevistados, seguido por 24% que preferem o cartão de crédito à vista
Além disso, a pesquisa revela que muitos consumidores veem a Black Friday como uma oportunidade não apenas para comprar itens de desejo, mas também para antecipar as compras de Natal. Cerca de 70,8% dos entrevistados afirmam que as promoções da Black Friday são boas o suficiente para já adquirirem presentes de Natal, evitando a correria de dezembro.
A experiência de compra deve ser prioridade
A pesquisa revela que o histórico da loja (33,5%), avaliações positivas (29,7%) e políticas de devolução são fatores que pesam muito na decisão dos consumidores (25,6%). Além disso, as marcas precisam oferecer uma jornada de compra simples e conveniente.
Frete gratuito (38,2%) e as políticas de devolução (25,6%) também são altamente valorizados. Esses dados mostram que a confiança e a conveniência são essenciais para garantir a conversão, especialmente durante eventos de alta demanda como a Black Friday.
As expectativas em relação aos canais de compra em 2024 também reforçam o papel dos marketplaces e aplicativos de lojas.
Os sites das marcas são o canal mais forte, com 58% da preferência, seguidos por marketplaces (48%), aplicativos de lojas (44%) e até lojas físicas (30%), que ainda têm espaço importante no mix de canais.
O que as marcas devem focar em 2024?
Com base nas duas pesquisas, podemos identificar algumas áreas-chave para que as marcas maximizem seus resultados na Black Friday 2024:
Foco em fidelização e reengajamento: Em 2023, 51% dos consumidores compraram de marcas com as quais já tinham um histórico de compras. Programas de fidelidade, ofertas exclusivas e campanhas de “reengajamento” podem ser importantes para manter esses clientes engajados, além de conquistar novos.
Transparência nas promoções: A confiança é um fator crítico. Em 2023, 20% dos consumidores ainda não confiavam na Black Friday brasileira. Portanto, ser transparente sobre as promoções e evitar aumentos de preços próximos à data são estratégias interessantes para construir um relacionamento de confiança com os consumidores.
Experiência omnichannel: Com 48% dos consumidores planejando fazer suas compras em marketplaces e 10% utilizando redes sociais como o Instagram para buscar ofertas, integrar estratégias online e offline pode oferecer uma experiência fluida em todos os pontos de contato.
Jornada de compra perfeita: Para muitos consumidores, a experiência vai além do preço. Ter um site ou app que funcione bem, oferecer opções de frete acessíveis e políticas claras de devolução são fatores que podem determinar o sucesso ou o fracasso da compra. O atendimento pós-compra também não pode ser negligenciado.
Por: Antônio Netto
Gerente de Planejamento, liderando estratégias de marketing para o varejo. Com vasta experiência, também sou Professor, mestrando em Administração, e consultor em marketing digital, focado em inovação e prática.
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